terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Dias após Dias

Que faço?? telefono para mim mesma? Vai dar um triste sinal de ocupado, eu sei, uma vez já liguei distrída para o meu próprio numero. Como acordo quem está dormindo? como chamo quem eu quero chamar? o que fazer?? Nada: porque é domingo e até deus descansou. Mas eu trabalhei sozinha o dia inteiro...

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Por não estarem distraídos

Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles.
Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque – a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras – e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração.
Como eles admiravam estarem juntos! Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto.
No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram.
Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios.
Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.

Clarice Lispector

sábado, 18 de dezembro de 2010

Medo

O medo sempre me guiou para o que eu quero, E porque eu quero, temo.

Quando eu descobrir o que me assusta, saberei também o que amo aqui.

Clarice

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Vai meu irmão


Vai, meu irmão
Pega esse avião
Você tem razão de correr assim
Desse frio, mas beija
O meu Rio de Janeiro
Antes que um aventureiro Lance mão
Pede perdão
Pela duração dessa temporada
Mas não diga nada
Que me viu chorando

E pros da pesada
Diz que vou levando
Vê como é que anda
Aquela vida à toa
E se puder me manda
Uma notícia boa

sábado, 13 de março de 2010

Non, je ne regrette rien

Non ! Rien de rien
Non ! Je ne regrette rien
Ni le bien qu'on m'a fait
Ni le mal tout ça m'est bien égal !
Non ! Rien de rien
Non ! Je ne regrette rien
C'est payé, balayé, oublié
Je me fous du passé !
Avec mes souvenirs
J'ai allumé le feu
Mes chagrins, mes plaisirs
Je n'ai plus besoin d'eux !
Balayées les amours
Et tous leurs trémolos
Balayés pour toujours
Je repars à zéro
Je ne regrette rien
Car ma vie, car mes joies
Aujourd'hui, ça commence avec toi !
A vida fica mais fácil, quando agente não tem medo de viver...