Lembro no acampamento, quando todas as meninas sentavam no chalé para conversar sobre " meninos" a noite , quando acabava alguma gincana e nao queriamos dormir...
Eu e a Camilinha sempre começavamos a perguntar e ai quantos meninos você já ficou... Dai vinha uma e fala 3, a outra fala " a no máxmo duas maos"e ainda me sinto mal por isso ( juro!!)... De repente eu e a camilinha ficavamos mudas, nos sentiamos péssimas e também vinha a mentira... aa 15.... ( by the way nessa época tinhamos 15 anos)...
Saimos da conversa, iamos dormir as duas susurrando no beliche e começavamos a rir, Ca vc mentiu? hahaha sim e vc Pi, sim hahaahha Nossa meu numerooo da para multiplicar por 3X! hahahaha
Bom anos se passaram e ontem estava lendo o texto da Tati Bernardi, que me fez lembrar de tudo isso e mais, porque agora nao é " ficar" é " frangar"... Bom o texto dela é realmente o que eu sinto nas brincadeirinhas do " Eu nunca"... ( No brasil) ja na Europa " I never ever..." as pessoas realmente sao muito menos mentirosas e sem esse tabu do " sexo"... muito mais liberais...
...
Meninas mentem o número! Antes fosse da idade. Meninas mentem o número dos parceiros sexuais mesmo. Agora eu me pergunto: pra quê? Feriado passado uma das minhas amigas teve uma idéia genial: clube da Luluzinha. Fomos em 14 mocinhas para o sitio dela e tivemos dias dignos de machos: só falamos em sexo e não tivemos um pingo de saudade da companhia do sexo oposto. Até futebol a gente jogou. Na segunda noite e depois de muito vinho na cabeça, começou o jogo da verdade: com quantos você já transou? Os números variavam de dois (juro!) a seis (juro!). E eu resolvi simular uma síncope alcoólica e desmaiar no meio do assunto. Não sou obrigada a dizer nada da minha vida a ninguém, mas também não estava a fim de fazer o joguinho da santa. E estava na cara que a mulherada estava mentindo. E se todas estavam mentindo, por que eu ia ser a única honesta a falar a verdade? E se elas estavam falando a verdade, por que mesmo eu ainda era amiga delas? A verdade é que corri para meu quarto movida por uma certa insegurança e comecei a contar. Eu já tinha um número mais ou menos na cabeça mas queria ter certeza. Um número que ainda dava para contar nos dedos (lembrando que tenho pés), mas que certamente era maior do que a variação de dois a seis. Fiz as contas mil vezes e dormi pensando: será que eu sou uma safada? Será que eu não sou moça pra casar? Será que a que transou com dois, três,...merece mais do que eu ser mamãe e construir casinha com cerquinha branca? Calma, Tati. Eu me dizia. Essas vacas estão mentindo! Dois a seis o cacete! Poxa, éramos 14 garotas com quase ou mais de trinta anos! São aí, chutando por baixo, uns dez ou quinze anos de vida sexual...Anormais eram elas, não? Dormi mal. E acordei pior ainda, porque na manhã do dia seguinte ainda lembrei de mais um que meu cérebro seletivo tinha esquecido. Acho que um dos únicos, senão o único, com quem eu transei sem estar gostando. Porque todos os outros, que ainda davam para ser contados nos dedos (lembrando que eu tenho dois pés), eram rapazes do bem por quem eu havia me apaixonado. Eu nunca transei com algum desconhecido que conheci em alguma balada e muito menos Carnaval. Com todos eu tive algum envolvimento, alguma história. E no sentido exato da palavra história: a maioria acabou virando tema de livro ou coluna de revista. Não que esteja errado transar com alguém da balada ou do Carnaval ou sei lá eu o quê. Mas já que eu estava na neura "será que eu não sou moça pra casar", essa era uma boa saída para o meu momento machista ignorante. Me convenci que estava tudo ok comigo. Ou melhor: resolvi que se daqui uns anos meu número passasse de todos os dedos da minha existência, era só arrumar algum gringo que jamais fosse amigo dos meus amigos homens e vir com o papinho de "dois a seis". Mas acabei concluindo que cada uma faz com sua florzinha o que bem entender. Algumas resolvem virar maria-sem-vergonha, outras coroa de defunto mesmo, porque dois ou seis em trinta anos,...fala a verdade...essa pessoa está viva? Ou vai ver eu estava sofrendo tanto e essa que transou com dois, transou com eles na mesma noite, vestida de odalisca. Vai saber? No fundo, já que estamos falando dele, acho ridículo medir a nobreza ou a "bacaneza" de uma mulher por números. Eu amei ou fui apaixonada ou gostei bastante de todas as pessoas que dividiram uma cama comigo (ou um sofá, um carro, uma pia, um estacionamento de loja de decoração). Quer saber? Meu número não era pequeno, mas meu coração também não.
Tati Bernardi
Texto da VIP
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