sábado, 20 de agosto de 2011

"A resolução do conflito está em seu reconhecimento e no estabelecimento de relações entre homens e mulheres que aceitem essas tensões como inerentes à própria vida. O mundo ideal do futuro será um mundo também de tensões, mas estas não serão projetadas sobre o outro."
"Ainda cometeremos muitas crucificações, mas a derradeira, a que realmente está em jogo, é a nossa. Se não encontrarmos alguma forma de paz formada de tensão entre nosso corpo e nossa alma, entre nossa moral animal e nossa imoralidade, estamos ameaçados de não redimirmos nossa espécie."
A vida saberá nos julgar não apenas pelas 'perversidades' que acreditamos poder evitar, mas também pelas 'tolices' que nos permitimos!
"Aqueles que se permitem transgressões da alma com certeza são vistos e recebidos pelos outros como estrangeiros. Os que mudam de emprego radicalmente, os que refazem relações amorosas, os que abandonam vícios, os que perdem medos, o que se libertam e os que rompem experimentam a solidão que só pode ser quebrada por outro que conheça essas experiências. A natureza da experiência pode ser totalmente distinta, mas eles se tornarão parceiros enquanto 'forasteiros'."
"Existe em nós uma tendência de querer agradar a nós, aos outros e à moral de nossa cultura. Com isso vamos gradativamente nos perdendo de nós mesmos."
"Aquele que engana a si mesmo é mais perverso do que o que engana os outros."
"E quantos de nossos esforços e sacrifícios são, na verdade, 'oferendas' ao nada?
"Entenda-se por infidelidade tanto o rompimento de compromissos como a manutenção dos mesmos de forma destrutiva."

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Au we need is love :)

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Ser amado de graça, por outro lado, não tem preço. É a homenagem mais bacana que uma pessoa pode nos fazer.
Escalar o muro da indiferença é inútil.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

quarta-feira, 22 de junho de 2011

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Someone shared a clip with you on Vimeo

You can watch it here:
http://vimeo.com/18886355

EF - Live The Language - Paris

EF - Live The Language - Paris
http://vimeo.com/18886355

About this video:
"Commercial for EF International Language Centers.

Directed by Gustav Johansson (www.gustavjohansson.com)

D.P: Niklas Johansson, fsf (www.niklasjohansson.com)
Typography: Albin Holmqvist (www.albinholmqvist.com)
Music: Magnus Lidehäll (www.twitter.com/magnusthemagnus)

Produced at Camp David (www.campdavidfilm.com)

Client: EF International Language Centers
Campaign site: www.ef.com/livethelanguage"

Forward this email to your friends and family so that they can see it, too.

Don't want these alerts anymore?
http://vimeo.com/settings/notifications

LOVE,
vimeo

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Cuide do seu jardim :)

Beijos não são contratos

Paciência requer muita prática

Maturidade = mais experiências
e sempre:
Plante o seu jardim e decore a sua alma em vez de esperar que alguém lhe traga flores



terça-feira, 14 de junho de 2011


Learn, Change, Share

segunda-feira, 13 de junho de 2011

quarta-feira, 8 de junho de 2011

"Mas quando seguimos o caminho da individuação, quando vivemos nossa vida, é preciso também aceitar o erro, sem o qual a vida não será completa: nada nos garante - em nenhum instante - que não possamos cair em erro ou perigo mortal. Pensamos talvez que haja um caminho seguro; ora, esse seria o caminho dos mortos. Então nada mais acontece e em caso algum ocorre o que é exato. Quem segue o caminho seguro está como que morto".

C. Jung
"O destino quer - como sempre quis - que na minha vida todo o exterior seja acidental e que só o interior represente algo de substancial e determinante".

Cisne Negro

Libertação plena do corpo e da mente, na vida e na arte, e de aceitação do
caos e do impuro como legítimas e necessárias expressões de uma arte maior, mais completa.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

“A única luta que se perde é a que se abandona”

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Quando vivemos uma experiência de êxtase é um momento irrepetível, e isso da uma dor enorme,porque vai acabar. Amar é sempre essa angústia, porque o amor, é o contrario do desprendimento, que é de certo modo mais alegre.
Agora, será que o desprendimento absoluto nao é um tédio, e o tédio nao é a pior das coisas?

terça-feira, 31 de maio de 2011

“Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?”

Fernando Pessoa

Somos construídos pela falta

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Todo o Sentimento

Prometo te querer
Até o amor cair
Doente, doente...
Prefiro, então, partir
A tempo de poder
A gente se desvencilhar da gente.

Depois de te perder,
Te encontro, com certeza,
Talvez num tempo da delicadeza,
Onde não diremos nada;
Nada aconteceu.
Apenas seguirei
Como encantado ao lado teu.

Chico...

sábado, 28 de maio de 2011

sexta-feira, 27 de maio de 2011

quarta-feira, 25 de maio de 2011

A verdade dividida

A porta da verdade estava aberta
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.

Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só conseguia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.

Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade esplendia os seus fogos.
Era dividida em duas metades
diferentes uma da outra.

Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era perfeitamente bela.
E era preciso optar. Cada um optou
conforme seu capricho, sua ilusão, sua miopia.

Carlos Drummond
de Andrade

Desire...

Whisper your desire to the wind. Ask the wind to take it to the end of the world.

by yokoono

Eu, ela e o Keith, por Antonio Prata

Quando me perguntam “e aí, tudo bem?”, eu respondo que sim, “tudo ótimo”, mas é mentira. Não está tudo ótimo, está tudo péssimo: faz um mês, minha mulher se apaixonou pelo Keith Richards -e não tenho a menor ideia do que fazer.
A paixão foi despertada pela biografia do guitarrista, que eu mesmo, num desses irônicos maus passos da vida, lhe dei de aniversário. Cazzo, como eu ia imaginar que o livro do mais feio dos Rolling Stones, aquele ex-pirata bexiguento, pudesse fazer brotar em minha amada -uma moça fina, discreta e, até então, equilibrada- semelhante sentimento?
Não foi amor à primeira vista. No começo, ela ficou chocada. Enquanto lia, esticada no sofá, fazia caretas: “Nossa, que horror, ele comprou meio quilo de heroína!”, “Uau, que imbecil, ele jogou uma faca no produtor!”, “Que isso?! Ele deu um tiro no chão do hotel, porque o Charlie Watts tava fazendo barulho no quarto de baixo!”.
Aos poucos, contudo, vi em seu rosto o asco se transformando em admiração, a delinquência sendo interpretada como liberdade. “Olha isso: eles voltavam de uma festa, muito loucos, lá na França, pegavam o veleiro do Keith e iam tomar café da manhã numa ilha!”, “Putz, ele não tinha casa, morava cada semana com uma groupie diferente!”.
Eu, da minha poltrona, um livro aberto no colo, um copo de Coca Zero na mão, a léguas de distância de groupies, heroína, facas e veleiros, apenas ouvia, apreensivo.
Ninguém é menos Keith Richards do que eu. Nunca briguei. Não discuto nem com flanelinha. Aventura, para mim, é ir até o Sesc Belenzinho, num domingo.
Se minha mulher caísse de amores por um escritor, por um arquiteto, um advogado, eu teria uma margem de manobra, talvez conseguisse mostrar que sou mais legal do que o outro, mas como competir com um cara que, aos 70, quebra a cabeça caindo de um coqueiro -e só se dá conta do estrago uma semana depois?
Será que era esse o tipo de homem que ela esperava que eu fosse, desde que nos conhecemos, há quatro anos? Será que, enquanto eu me esforçava para usar corretamente os talheres e não falar de boca cheia, ela sonhava com brigas de cadeirada e moshes de três metros de altura?
Quinze dias atrás, cansado de sofrer calado, não deixei que ela terminasse de me contar sobre uma suruba em Ibiza, em 1971; virei minha Coca como se fosse Jack Daniels e perguntei, na lata: “Você está a fim desse cara?”. Passado o susto, ela assumiu. “Tô. Um pouquinho.”
No bar, diante de uma cachaça, ouvi os consolos de um amigo. Essas paixões platônicas são muito comuns, me garantiu. Confessou-me que ele mesmo, ano passado, caiu de amores pela Lady Gaga. Depois esqueceu. Um conhecido nosso, disse-me, quase enlouqueceu com a Lídia Brondi na reprise de “Vale Tudo”. “Pensa no lado bom: antes o Keith Richards do que o Capitão Nascimento, né?” Verdade.
Em breve, ele jurou, minha mulher terminará de ler a biografia e a paixonite sumirá, provando que três simples acordes de guitarra jamais abafarão a bela sinfonia que, ano após ano, lentamente, estamos compondo. Torço para que isso aconteça. (E para que Keith Richards resolva, qualquer dia desses, subir novamente num coqueiro).

"How To Break Up" Tales Of Mere Existence

Vários Amores

1- Sempre acho que namoro, casamento, romance tem começo,
meio e fim. Como tudo na vida. Detesto quando escuto aquela
conversa: 'Ah, terminei o namoro... ''Nossa quanto
tempo?''Cinco anos... Mas não deu certo... Acabou... È
não deu... '
Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que
acabou.
E o bom da vida, é que você pode ter vários amores.

2- Hoje, no alto dos meus 30 anos e tiozão, não acredito
muito no dito que diz que os 'opostos se atraem'.
Porque sempre uma parte vai ceder muito e se adaptar demais.
E sempre esta é a parte mais insatisfeita.
Acredito mais em quem tem interesses em comum.
Se você adora dançar forró, melhor namorar quem
também gosta, se você gosta de cultura italiana, melhor
alguém que também goste. Freqüentar lugares que você
gosta ajuda a encontrar pessoas com interesses parecidos com
os teus.
A extrovertida e o caretão anti-social é complicado e
depois, entra naquela questão de' um querer mudar o outro,
uiuiui...
Pessoas mudam quando querem. E porque querem. E pronto. E
demora!

3- Cama é essencial!
Aliás, pele é fundamental. E têm gente que é mais
sexual, outras que são mais tranqüilas.
O garanhão insaciável e a donzela sensível, acho meio
estranho.
Isto causa muitas frustrações e dá-lhe livros de
auto-ajuda sobre sexo. Assim como outras coisas, cada um tem
um perfil sexual. Cheiro, fantasias, beijo, manias, quanto
mais sintonia, melhor.

4- Não acredito em pessoas que se complementam.
Acredito em pessoas que se somam.
Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de
você para você mesmo, como cobrar cem por cento do
outro?
E não temos esta coisa completa.
Às vezes ele é fiel, mas não é bom de cama.
Às vezes ela é carinhosa, mas não é fiel.
Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador.
Às vezes ela é malhada, mas não é sensível.
Tudo nós não temos.
Perceba qual o aspecto que é mais importante e invista
nele.

5- Pele é um bicho traiçoeiro.
Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com
mamãe mais básico que é uma delícia.
E às vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não
te impressiona...
Acho que o beijo é importante... E se o beijo bate... Se
joga... Se não bate... Mais um Martini, por favor... E
vá dar uma volta.

6- Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra.
O outro tem o direito de não te querer.
Não lute, não ligue, não dê pití.
Se a pessoa ta com dúvida, problema dela, cabe a você
esperar ou não. Existe gente que precisa da ausência
para querer a presença.
O ser humano não é absoluto. Ele titubeia, tem
dúvidas, medos...
Mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta.
Nada de drama.
Que graça tem alguém do seu lado sob chantagem,
gravidez, dinheiro, pressão de família?
O legal é alguém que está com você por você.
E vice-versa.
Não fique com alguém por dó também.
Ou por medo da solidão.
Nascemos sós. Morremos sós.
Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado.
E quando você acorda, a primeira impressão é sempre
sua, seu olhar, seu pensamento.
Tem gente que pula de um romance para o outro.
Que medo é este de se ver só, na sua própria
companhia?

7- Gostar dói.
Você muitas vezes vai ter raiva, ciúmes, ódio,
frustração.
Faz parte. Você namora um outro ser , um outro mundo e um
outro universo.
E nem sempre as coisas saem como você quer...
A pior coisa é gente que tem medo de se envolver.
Se alguém vier com este papo, corra, afinal,você não
é terapeuta.
Se não quer se envolver, namore uma planta. È mais
previsível!
Na vida e no amor, não temos garantias.
E nem todo sexo bom é para namorar. Nem toda pessoa que te
convida para sair é para casar.
Nem todo beijo é para romancear.
Nem todo sexo bom é para descartar. Ou se apaixonar. Ou se
culpar.
Enfim... Quem disse que ser adulto é fácil?

Autor desconhecido

terça-feira, 24 de maio de 2011

Chico Buarque - Medo de amar (Vinícius de Moraes)

Palavra e Música - Parte I (1/2)

Amor

é a troca de dons, na sua falta.. A troca do que não tem.
Eu Sou Do Tempo Em Que A Gente Se Telefonava

segunda-feira, 23 de maio de 2011

quinta-feira, 19 de maio de 2011

#sometimesyouhaveto

let the future take you by surprise and just enjoy the ride

let ur heart do the talking

Act like you don't care when you really do

Sonhando Acordada...

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Oração ao Tempo - Caetano Veloso 05/08/2007

Zaz à Montmartre : Les passants




D+++ a francesinha :)

"London, London" video by Cibelle feat. Devendra Banhart



Saudades - Lovelly London

oração . a banda mais bonita da cidade

Intimacy

Intimacy is a four syllable word for "here's my heart and soul, please grind them into a hamburger, and enjoy.

Impulso

Those are the things I wasn't supposed to do and I did them anyway. The thing is, life is too damn short to be following these rules.

#azeitonafeelings

Okay, here it is. Your choice, it's simple. Her or me. And I'm sure she's really great. But I love you. In a really, really big - pretend to like your taste in music, let you eat the last piece of cheesecake, hold a radio over my head outside your window, unfortunate way that makes me hate you love you. So pick me. Choose me. Love me.

Patotas


The people that are still with you at the end of the day, those are the ones worth keeping and sometimes close can be too close, but sometimes that invasion of personal space can be exactly what you need.

Fuga..

"Denial. It's not just a river in Egypt, it's a freakig ocean. So how do you keep from drowning in it?"

Go!!!

KN0WING IS BETTER THEN W0NDERING, WALKING IS BETTER THEN SLEEPING, & EVEN THE BIGGEST FAILURE BEATS THE HELL OUT 0F NEVER TRYING"

terça-feira, 17 de maio de 2011

O que não nos mata nos fortalece!!!

domingo, 15 de maio de 2011

Oração ao tempo

És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo tempo tempo tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo tempo tempo tempo...

Compositor de destinos
Tambor de todos os rítmos
Tempo tempo tempo tempo
Entro num acordo contigo
Tempo tempo tempo tempo...

Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
Tempo tempo tempo tempo
És um dos deuses mais lindos
Tempo tempo tempo tempo...

Que sejas ainda mais vivo
No som do meu estribilho
Tempo tempo tempo tempo
Ouve bem o que te digo
Tempo tempo tempo tempo...

Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Tempo tempo tempo tempo
Quando o tempo for propício
Tempo tempo tempo tempo...

De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definido
Tempo tempo tempo tempo
E eu espalhe benefícios
Tempo tempo tempo tempo...

O que usaremos prá isso
Fica guardado em sigilo
Tempo tempo tempo tempo
Apenas contigo e comigo
Tempo tempo tempo tempo...

E quando eu tiver saído
Para fora do teu círculo
Tempo tempo tempo tempo
Não serei nem terás sido
Tempo tempo tempo tempo...

Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos
Tempo tempo tempo tempo
Num outro nível de vínculo
Tempo tempo tempo tempo...

Portanto peço-te aquilo
E te ofereço elogios
Tempo tempo tempo tempo
Nas rimas do meu estilo
Tempo tempo tempo tempo...

quinta-feira, 12 de maio de 2011


Transformando a água no vinho...

quarta-feira, 11 de maio de 2011



"Amo a liberdade, por isso as coisas que amo deixo-as livres. Se voltarem é porque as conquistei. Se não voltarem é porque nunca as tive" (Bob Marley)

Olhos nos Olhos

Quando você me deixou, meu bem,
Me disse pra ser feliz e passar bem.
Quis morrer de ciúme, quase enlouqueci,
Mas depois, como era de costume, obedeci.

Quando você me quiser rever
Já vai me encontrar refeita, pode crer.
Olhos nos olhos,
Quero ver o que você faz
Ao sentir que sem você eu passo bem demais

E que venho até remoçando,
Me pego cantando, sem mais, nem por quê.
Tantas águas rolaram,
Quantos homens me amaram
Bem mais e melhor que você.

Quando talvez precisar de mim,
Cê sabe que a casa é sempre sua, venha sim.
Olhos nos olhos,
Quero ver o que você diz.
Quero ver como suporta me ver tão feliz.

Amado mestre: Chico

quinta-feira, 5 de maio de 2011

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Conhece-te a ti mesmo

Sócrates

segunda-feira, 25 de abril de 2011


Minha opinião é a de que é melhor ser ousado que prudente

Maquiavel

Life...



O homem nasce para atingir a vida, mas tudo depende dele. Ele pode perdê-la. Ele pode seguir respirando, ele pode seguir comendo, ele pode seguir envelhecendo, ele pode seguir se movendo em direção ao túmulo - mas isso não é vida. Isso é morte gradual, do berço ao túmulo, uma morte gradual com a duração de setenta anos. E porque milhões de pessoas ao redor de você estão morrendo essa morte lenta e gradual, você também começa a imitá-los. As crianças aprendem tudo daqueles que estão em volta delas e nós estamos rodeados pelos mortos. Então temos que entender primeiro o que eu entendo por 'vida'. Ela não deve ser simplesmente envelhecer. Ela deve ser desenvolver-se. E isso são duas coisas diferentes. Envelhecer, qualquer animal é capaz. Desenvolver-se é prerrogativa dos seres humanos. Somente uns poucos reivindicam esse direito.

As melhores coisas do mundo


quarta-feira, 20 de abril de 2011

O que é que a Bahia tem???






Após 4 anos longe...da Bahia.... percebi porque esse amor imenso pelo Brasil.

Por que com certeza não foram os encantos de Gottan City que me fez voltar... mas sim coisas como essas....

Bahia em 3 linhas:

1- Pessoa mais simpáticas do MUNDO, felizes, alegres e como uma energia contagiante
2- Uma das paisagens mais alucinantes, agua azul cristalina e quente!!!
3- Aquele desprendimento do Bahiano, a lezera... tudo acontece aos poucos... nos faz parar e sair do ritmo alucinante!.. é muito bom!!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Nova Maga Mestra!

"Arrumei os amores, é a primeira regra da vida – saber arquivá-los, entendê-los, contá-los, esquecê-los. Mas ninguém nos diz como se sobrevive a um sentimento que não murcha. A amizade só se perde por traição – como a pátria. Num campo de batalha, num terreno de operações. Não há explicações para o desaparecimento do desejo, última e única lição do mais extraordinário amor. Mas quando o amor nasce protegido da erosão do corpo, apenas perfume, contorno, coreografado em redor dos arco-íris dessa animada esperança a que chamamos de alma – porque se esfuma ? Como é que de um dia para outro, a tua voz deixou de me procurar, e eu deixei que a minha vida dispensasse o espelho da tua ?"

Inês Pedrosa

Lua nova !

A gente se perdeu no momento em que a gente se encontrou

.Apenas o Fim



- Isso é só o fim. O que importa já foi feito.
- E agora? Agora é o resto das nossas vidas.


Ps: O único lado bom de morrer de amor é que você continua vivo

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Retorno de Saturno



Entre os 28 e 30 anos de idade, ocorre o primeiro retorno de Saturno, ou seja, o planeta em trânsito se posicionará no mesmo local em que ele estava no momento de nascimento da pessoa e iniciará uma nova volta em torno do zodíaco.

Novamente, como em todo trânsito de Saturno, ocorre um doloroso rito de passagem, envolvendo responsabilidades, desta vez maiores do que nunca. A partir deste período, muitas coisas que antes eram parte de uma gama de opções se tornam definitivas. É o momento de determinar o que vai dar impulso aos próximos 28 anos e tudo o que é decidido tem sua repercussão e conseqüência.

Este período representa também o fechamento sobre todo o passado de dependência familiar, uma liberação final de tudo que ligava às servidões da infância e da adolescência, uma aquisição definitiva de autonomia. É o ponto final do caminho de relaxamento de responsabilidades dos pais sobre os filhos.

Saturno é como um relógio. Na mitologia grega é Cronos, o tempo. Marca nosso amadurecimento, o envelhecimento e o reconhecimento. E ele se apresenta a cada aproximadamente sete anos, quando faz importantes aspectos consigo mesmo. Por exemplo, a primeira vez, por volta dos sete anos, marca a entrada na escola e o início das responsabilidades. É a hora que as crianças geralmente perdem os dentes, regidos também por Saturno. Em sua segunda aparição importante, em torno dos 14 anos, temos o início da adolescência e o momento de lidarmos de outra forma com nossos pais e autoridades em geral. Aproximadamente aos 21 anos, estamos às portas da vida profissional, momento muitas vezes difícil e quase sempre muito significativo. Por fim, completando seu primeiro ciclo por volta dos 28 anos, é a hora de avaliarmos se nossas escolhas até aqui foram feitas corretamente, se estamos satisfeitos, se já podemos colher o que plantamos ou se é hora de reiniciar, fazendo novas escolhas. E a partir daí Saturno inicia um novo ciclo, pedindo a estruturação de tudo que foi escolhido e decidido nesta primeira volta ao redor de nosso mapa.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Texto lindo de pai para filha...


Lina,
Chegamos a Paris há três anos. Você não falava uma palavra de francês. Nem o seu sotaque tinha se firmado, já que vivera um ano em São Paulo e quase dois no Rio. A mudança não a assustou nem um pouco. Você tinha menos de três anos e gostou da informação de que Paris estava cheia de carrosséis.
Chegamos num domingo. Nosso primeiro passeio foi a Montmartre, onde sabíamos que havia um carrossel permanente. Nossa primeira providência prática foi ir à Samaritaine, no dia seguinte, comprar um carrinho-de-bebê. Lá aprendemos juntos como é carro-de-bebê em francês, poussette. Aproveitei e te comprei dois bonequinhos, um príncipe e uma princesa. Também viemos a aprender a tradução de “carrossel”, manège. Você andou em dezenas de carrosséis em Paris. O da Place d’Italie, o das Tuilleries, o do Hôtel de Ville, o do Jardin du Luxembourg e sobretudo o do Jardins des Plantes, com animais extintos, em frente à sua escola. Um euro, uma volta.

Suas aulas começaram na quinta-feira seguinte. Você era a única que não falava francês na classe de vinte-e-cinco crianças da Petite Section de la Maternelle da escola da rue Buffon. À noite, em casa, quando alguma coisa caiu no chão, você disse a sua primeira expressão em francês, que certamente ouvira na escola, naquele dia: Oh la la!
Escola pública, cujas aulas começavam às oito e meia da manhã e terminavam às quatro e meia da tarde. Você nunca se sentiu à margem nem se queixou de isolamento. Ao contrário. Sempre quis ir à escola. Eu ficava imaginando se, de supetão, me botassem numa classe com vinte-e-cinco búlgaros, qual seria a minha reação. Acho que não gostaria.
Aos poucos, você foi entendendo o que falavam, e se fazia compreender. Sua primeira professora, Noëlle, nos contou que sabia o que queria dizer “molhado” em português. Foi a primeira e única palavra em português que Noëlle aprendeu. Em contrapartida, rapidamente você começou a falar bonjour, merci, au revoir.

Hoje, você brinca e sonha em francês. Corrige a minha pronúncia. Faz trocadilhos e jogos de palavras. Usa expressões e gírias. P’tit dèj em vez de petit déjeuner (café-da-manhã), cap no lugar de capable (capaz). Ficou com dois nomes, Lina e Liná. Os franceses pensam que você é francesa.
Jamais vi um processo de aprendizagem tão fluido, rápido e eficaz. Sim, sei que com a maioria das crianças acontece a mesma coisa. Ainda assim, me espanta não só a facilidade mas a alegria com que você adquiriu o seu segundo idioma. O seu temperamento, além da sua inteligência, talvez tenham a ver. Há também a curiosidade e o afeto de seus coleguinhas. De Esther, que, um pouco maior que você, te protegeu e ajudou nos primeiros tempos. E houve o empenho e a capacidade de suas maîtresses, Marie-Hélène, Violeine e Cécilia, além de Noëlle, e das diréctrices, madames Goirand e Anner.

3, rue de L’Essai. Nosso endereço. No Cinquième. Uma ruazinha de uns cem metros, começando no Boulevard Saint-Marcel e terminando na rue Poliveau. “Essai” porque numa rua paralela, a Geoffrey Saint-Hilaire, no tempo de Luiz XIV, havia um mercado de cavalos. Os compradores iam experimentá-los (faire l’essai) no terreno ao lado.
Digitávamos o código, 61A84, a porta fazia um cléc, destrancava, e entrávamos no saguão. Víamos, à direita, se não havia correspondência na nossa caixa de correio. Abríamos a outra porta interna, virávamos à esquerda e subíamos o lance de escadas até o primeiro andar. À direita, a porta vermelha-escuro do nosso apartamento, com seu capacho em forma de cachorro, que você chamava de petit chien e insistia para que não pisássemos no rosto dele.

Dentro, logo à direita, ficava o toilete. À esquerda, os cabides onde pendurávamos os seus casacos. Seguindo no corredor, à direita ficava a pequena cozinha, com a pia, o fogão, a máquina de lavar, a mesinha e o pequeno armário. Ali passei várias horas. Não tivemos empregada e uma das minhas funções domésticas era lavar louça. Logo fui coroado Roi de la Vaisselle.
Ao lado da cozinha ficava o seu quarto. Você dormia na cama da esquerda, sempre com o seu macaquinho de estimação. Ali, todas as noites, você ouviu histórias de princesas, de fadas, de feiticeiras, de heróis, de seres fantásticos. Cendrillon, La Belle au Bois Dormant, Achiles, Ulisses, La Belle et la Bête, Raiponce, Hélène, Athéne, Blanche Neige, Jason, Les Argonautes. Os irmãos Grimm, Perrault, Homero, mitologia, contos populares, folclore.

No fim do corredor ficava o banheiro, com a pia e a banheira. Ao lado esquerdo, o meu quarto-escritório. Na sala ao lado ficava a mesa de almoço, o sofá e a pequena televisão. Apartamento antigo, com lareira na sala e nos dois quartos. Na lareira da sala montamos o seu castelo de madeira, onde você botou todos os seus personagens. Ao príncipe e à princesa, acrescentamos o rei, a rainha, a bruxa, outra princesa, o cavaleiro, o cavalo. Você passava horas na frente da lareira com os bonecos, imitando vozes, inventando histórias.

As janelas da sala e do meu quarto davam para a rua, onde poucos carros passavam, apesar de, à esquerda, haver uma garagem. O seu quarto e a cozinha davam para o pátio interno. Descíamos lá para jogar o lixo na poubelle. Cumprimentávamos e trocávamos algumas palavras com os vizinhos: o velhinho meio surdo que sempre falava que ia esfriar; a moça do térreo, com um novo namorado a cada encontro; a senhora da porta em frente, que veio do Irã e trabalhava na Printemps do centro comercial da Place d’Italie; o casal de jovens que ficava em frente à sua janela; o menino que subia a escada de patins; o casal de gordões que morava em cima do nosso apartamento, e felizmente só marchava a passos pesados e apressados na hora em que acordávamos, sete e meia da manhã.
Você plantou uma muda de morangueiro no jardim do pátio. Durante duas primaveras nos regalamos com os teus moranguinhos.

A tua, a nossa vida, transcorriam entre o Sena, o Jardin des Plantes, a rue Mouffetard, a Grande Mesquita e a Place d’Italie. Dentro desses limites ficavam a casa, escola, a biblioteca, nossos bares e restaurantes, nossos cinemas e estações de metrô, nossas padarias e mercados, nossos amigos, a tua escola de música e a de balé, ambas da Prefeitura.
Nesses marcos, os nossos rituais. O café-da-manhã do sábado, no Baratin, no Poliveau ou no Le Sympathique, onde você pedia chocolate e pão com manteiga, e falava sem parar enquanto eu dava uma olhada no jornal. Eu logo desistia da leitura: nenhuma notícia valia os teus casos. O poulet de télé comprado no açougue nas manhãs de domingo, depois do cinema.
A barbearia, a mais antiga do bairro, na rue Daubenton, onde cortávamos o cabelo. Você, com o barbeiro baixinho e de cavanhaque. Eu, com o gordão bigodudo. Barbearia tradicional, de profissionais habilidosos no uso da navalha e das tesouras. Quantas vezes fomos lá? Dezenas.

O baile da rue Mouffetard, que logo virou “La Mouff”, onde dançamos, escutamos e cantamos velhas canções, acompanhadas pelo acordeon do senhor de boina e cabelos brancos. Compramos então um disco e não paramos de escutar e cantar “La mer”, “Au lycée Papillon”, “Un jour mon prince viendra”, “Le temps des cérises”, “Douce France”, “Lily Marlène”, “Papa n’a pas voulu”, “Je ne suis pas bien portant”.

Não ficamos só no nosso bairro. Viramos Paris de cabeça para baixo. De metrô, ônibus e a pé. Em piqueniques, caminhadas, visitas. Acho que a lista dos teus passeios preferidos incluiria a catedral de Notre Dame, para ver os relevos atrás do altar, em madeira, contando cenas da vida de Jesus.
E o Bois de Vincennes, onde você foi dezenas de vezes, com a gente, com a escola e com a turma do Centre des Loisirs, onde você ficava nas quartas-feiras.
E o Museu d’Orsay, onde estão, no último andar, os quadros de Monet e Van Gogh.
E o Sena, entre as pontes de Austerlitz e Neuf, seja à bordo do Bateaubus ou andando pela margem esquerda.
E o Jardin du Luxembourg, onde você via o teatrinho do Guignol, andava no carrossel, passeava de pônei e voava na balança.
E o Opéra Garnier, onde vimos “Giselle”, “La Belle au Bois Dormant” e “Carmen”.
E a Place des Vosges, onde no verão da canicule você tomou banho peladinha na fonte.
E o Jardin des Tuilleries, também no verão, para ver Paris lá de cima, da roda-gigante, pular na cama-elástica e pescar patinhos de plástico.
E as piscinas, mais a Jean Taris que a Pontoise, cuja água era mais fria.
E o Train Bleu, onde comemoramos sempre o aniversário da mamãe, mais pelo ambiente do que propriamente pela comida.
E o Institut du Monde Arabe, onde você teve uma aula sobre os quadros de Matisse no Marrocos e copiou um deles.
Dias depois, aor irmos de ônibus para Saint-Germain, você nos contou como foi o atelier Matisse au Maroc. Contou com tantas minúcias e detalhes, com tal objetividade, que tive medo que você viesse a ser jornalista. Ainda bem que você disse que quer ser princesa, ou bailarina, ou poeta, ou ilustradora, ou padeira.
Esses lugares são muito íntimos, demasiadamente nossos, para serem também Paris.

Não ficamos só em Paris.
Fomos à Savóia, onde fizemos guerra de neve em Annecy e vimos a catedral rosa de Strasbourg.
Ao Luberon, com seus campos de lavanda, seus vales suaves, seus delicados vilarejos .
A Marselha, onde visitamos a ilha-prisão do Conde de Monte Cristo.
À Bretanha, onde choveu o tempo todo e comemos galettes e crêpes até enjoarmos.
Aos Alpes, onde contemplamos marmotas e picos gelados.
À Normandia, onde escureceu quase à meia-noite.
Ao Périgord, com suas grutas, castelos e pinturas pré-históricas.
À Córsega, onde tomamos banho de rio e o céu tinha infinitas estrelas.

Não ficamos só na França.
Fomos à Croácia, onde visitamos a Gruta Azul e andamos nas ruas de mármore de Dubrovnik.
Não levamos para lá a poussette. Era fogo te carregar no colo no calor do verão. Você andava direitinho, mas às vezes cansava. Te contei que o marechal Tito, um antigo presidente da Croácia, proibira os pais de levar as crianças no colo. Só os bebês eram autorizados. Assim que viam pais com crianças no colo, os guardas intervinham. Você acreditou. E passou a andar o tempo todo. Quando você não aguentava mais, te pegávamos no colo. Apreensiva, você vigiava. Assim que um policial aparecia, voltava para o chão. De retorno à França, inventei que Jacques Chirac tinha feito uma lei igual à do marechal Tito. Nunca mais precisamos da poussette, que foi dada à Jeanne, a irmãzinha do Rémi. Está com ela até hoje.
Fomos a Veneza, aos seus canais, às suas igrejas, à laguna, à Academia, a Rialto, à praça de San Marco, onde os pombos te atacaram.
Fomos à Islândia. Tomamos banho de piscina sob a neve. Nadamos na Lagoa Azul. Vimos as cachoeiras congeladas. Você riu à beça quando escorreguei e caí ao lado de um gêiser.
Em busca do frio, das estrelas e da neve, fomos também à Lapônia. Tombamos do trenó de huskies. Não conseguimos pescar nada no buraco de gelo. Vimos campos imaculados de neve, pacatas renas, um iglu que dava num labirinto, um lago congelado, florestas de pinheiros imóveis, a pequena aurora boreal, o rubro amanhecer – et tous ces moments se perdront, dans l’oubli, comme les larmes dans la pluie…

Paris era o nosso ponto de retorno, o teu centro seguro, a tua vida verdadeira. A bela Paris. A cidade mais linda do mundo. A cidade que é obra humana. A cidade onde a beleza foi conquistada, construída e preservada. A cidade das grandes vistas. Dos monumentos gloriosos. A cidade cheia de história, e tão viva, tão dinâmica.
Em Paris, ma petite, você aprendeu o lento revolver das estações. Cada uma delas a mostrar uma cidade diferente. As tuas preferidas eram a primavera, com sua flores e folhas verdejantes, com o casaco finalmente deixado em casa, junto com o gorro, as luvas, a meia-calça de lã, o cachecol; e o inverno, com seus dias curtos, o vento, o cinza, céu baixo, o frio. Mas você amava também o outono, o demorado cair das folhas do Jardins des Plantes, os corvos e pássaros desaparecendo.
Em Paris, você aprendeu a arte da amizade. Joseph, Anton, Emma, Naama, Louisa, Timo, Esther, Jasmina, Pierre, Marie, Chloé, Nissim. No fim, até da Andréa você gostou. Queria convidá-la para ir em casa. A Andréa que você achava uma bruxa, e bolou mil planos para se livrar dela. Com eles você brincou, jogou, conversou, discutiu. Todos eles te amaram e a todos você amou.

Em Paris você teve o seu primeiro amor.
Rémi. Rémi Turquier. Um menininho francês: magricelo, branquinho, de óculos, sempre despenteado, tímido, inteligente. Vocês passaram três anos na mesma classe. Na Petite Section, vocês tinham direito a uma sesta depois do almoço. Ficavam em beliches vizinhos. Começaram a se contar histórias. Depois, filmes imaginários. Depois, inventaram máquinas fantásticas. Ficaram amigos. Os melhores amigos. Namorados, amoureux. Não namorados de brincadeirinha, por pressão do grupo. Vocês eram muito pequenos, tinham três anos, para se dedicarem a essas bobagens.
Na Moyenne e na Grande Sections, continuaram juntos. Lado a lado na classe, no recreio, na volta da escola, em passeios, em visitas à casa de um e outro, em festas de aniversário, na viagem à colônia de férias. As professoras, os colegas, os pais dos colegas, nossos amigos e conhecidos, todos diziam: eles formam um par, um casal, são namorados. Vocês se viam como namorados. Monsieur Paul, nosso marchand aux journaux, ouviu você falar do Rémi e perguntou se ele era seu melhor amigo. “Mais non, c’est mon amoureux!”, você respondeu. De mãos dadas, lá iam vocês, na nossa frente, na rua, andando e falando sem parar: patati e patata e patati e patata.
Quando você via algo interessante, ou um bom filme, ou ouvia uma história legal, a sua primeira reação era exclamar: “Preciso trazer o Rémi aqui!”, “É preciso, absolutamente, convidar o Rémi para ver esse filme!”, “Preciso contar isso ao Rémi!”

Nas viagens, você procurava folhas, flores e gravetos para levar ao Rémi. Na Islândia, pegou uma pedra em forma de celular e nos avisou: “estou telefonando para o Rémi”. Você deu um avião, um jogo de memória, desenhos e pinturas para ele. Ele te deu um saco de avelãs que colheu na casa dos avós, um anel com um golfinho e várias fivelinhas de cabelo. Vocês se amavam, ma chérie.
Por isso, tiveram os seus percalços. Passaram alguns dias cabisbaixos. Você nos disse que o Rémi não te amava mais. E o Rémi contou ao avô que a Liná não o amava mais. Depois, voltaram à alegria de sempre. Ao te esclarecer o sentido da palavra jalousie, ciúme, você me disse: o Rémi teve duas crises de ciúme. Numa, você estava de mãos dadas com o Joseph. O Rémi se encolerizou, berrou, tentou bater no Joseph e em você. No dia seguinte, voltaram à alegria de sempre. Noutra vez, você chorou porque o Rémi estava de mãos dadas com a Emma. Horas depois, voltaram à alegria de sempre.
Todos os teus problemas em Paris – os joelhos esfolados, os tombos, os resfriados, as briguinhas com os colegas, o prato de legumes, a irritação proveniente do cansaço, a teimosia – todos foram resolvidos, na média, em dez minutos.

Como separar Liná e Rémi, duas crianças apaixonadas de cinco anos? Como se separar de Paris? Ficamos preocupados, nós, os pais de Rémi, Natalie e Serge, os avós dele, os nossos amigos. Quando vinha o assunto da volta ao Brasil, você dizia que queria ficar em Paris. E falava de Rémi. Uma vez, brincando em casa, você disse a ele, muito séria: Tu va me manquer, Rémi, tu va beaucoup me manquer.
Há um mês, vocês passaram um sábado juntos. Foram à piscina Jean Taris com a Flavia. Se divertiram até ficar com os lábios roxos de frio. Fui encontrar vocês na sorveteria em frente à igreja de Saint-Médard. Você me disse, orgulhosa: “Veja como ele está penteadinho! Fui eu que o penteei”. Em casa, brincaram até tarde. Cada um na sua cama, ouvimos o ronronar, patati, patata, até que exaustos, caíram no sono. No dia seguinte, fomos levar Rémi até a casa dele, na rue de la Clef. Vocês ficaram tristes. Já na porta, na despedida, você começou a chorar, e foi chorando pela rua. Depois, Natalie contou que Rémi passou o resto do dia silencioso e arredio.

Cada um reage de uma maneira à cerimônia do adeus. Frédéric, o garçon do Baratin (que uma manhã, quando cheguei atrasado e com a cara amarfanhada para o café, me deu dois comprimidos para ressaca), disse: merde! Monsieur Paul perguntou, desolado, à mulher: “Mas como eu não vou ver Liná crescer?” Eles te deram três bonequinhas e uma revista de presente. Soria, a melhor amiga de mamãe, evitou uma despedida formal. Receio de chorar, acho. Monsieur Bonbon, do Austerlitz, te deu um saco de balas e pirulitos. Monsieur André, do Poliveau, parou de me cobrar o café e me chamou para um copo de vinho. Serge e Natalie nos convidaram para um piquenique. Anton e seus pais, Sophie, Abdel, Louisa e Timo também foram, além de Jeanne e Rémi.
Claudine e Hubert nos chamaram para um almoço de domingo, num restaurante chinês do Treizième. Keiko e Patrice também foram. As quatro crianças estavam lá. Era a mesma turma com a qual passávamos o domingo de Páscoa, numa casa de subúrbio à beira do Sena. Chegamos debaixo de tempestade. Patrice fez a sua hilariante imitação de Chirac. Na saída, estava sol, passeamos pela Butte-aux-Cailles. Keiko nos deu uma gravura caligráfica japonesa.

Às vezes, no entanto, eu te pegava desanimada. Ou pensativa. Às vezes, você me abraçava muito, e forte. Às vezes eu sentia que você estava triste, mesmo que não soubesse o que era a tristeza.
Te ensinei a Valsa da Despedida. Passamos a cantá-la em francês:

Faut-il nous quitter sans espoir
Sans espoir de retour?
Faut-il nous quitter sans espoir
De nous revoir un jour?
Ce n’est qu’un au revoir, mes frères,
Ce n’est qu’un au revoir!
Oui, nous nous rev’rons, mes frères,
Ce n’est qu’un au revoir!

E em português:
Adeus, amor, eu vou partir
Ouço ao longe um clarim
Mas onde eu for irei sentir
Os teus passos junto a mim
Estando em luta, estando a sós
Ouvirei a tua voz
A luz que brilha em teu olhar
A certeza me deu
De que ninguém pode afastar
O meu coração do teu
No céu, na terra, onde for
Viverá o nosso amor

De vez em quando, eu trocava o mes frères, e o “amor” do primeiro verso, por “Paris” e “Rémi”. Eu queria te ajudar, queria nos consolar. Você sorria. O seu sorriso maroto.
Vimos Rémi pela última vez nas Arènes de Lutèces. Vocês brincaram. Retomaram um caminho secreto, que dava no “ponto de vista” – um olho com um ponto no meio, que Rémi desenhara dias antes numa pedra. O tempo passou. Precisávamos ir embora. Mas você queria mais um jogo, mais uma brincadeira, mais alguns minutos, uns poucos instantes, um finzinho. Mas também queria, eu sei, ficar com Rémi. Para sempre. Você saiu chorando do parque. Estava sentida. Passaram os dez minutos e você voltou a sorrir. Estava novamente animada quando comeu um hamburguer na rue des Écoles.
Eu, não. Eu estava com o coração engruvinhado. Eu tinha um monstro na garganta. Eu estava moído pelo remorso. Eu pensava no tempo, esse bicho que anda e anda, pensava na máquina do mundo. Eu, avaliando o que perdera, seguia vagaroso, as mãos pensas.

Escrevo essa carta, minha filha, que um dia você lerá, para dizer que, contra toda evidência, acredito que Paris continuará contigo. O esquecimento, bem sei, é inexorável. Mas a memória também. Uma certa Paris continuará a viver dentro de você. Uma imagem da cidade, ainda que fugaz e esmaecida, restará na tua lembrança. A figura fugidia do amor e da felicidade.
Bisou,

quarta-feira, 30 de março de 2011

Ah, o copo de requeijão

Você se levanta no meio da noite — e então ele (ou ela), com aquela sensualidade postiça que o sono empresta à voz, aproveita para pedir um copo d’água. Você se sente um pouquinho explorada(o), a ideia era ir ao banheiro, ali ao lado, mas noblesse oblige: com ligeira irritação, a viagem no escuro é estendida até a cozinha.


Faz tempo que vocês estão juntos, já viram um montão de vezes esse filme em que o pedinte noturno ora é um, ora é outro. Mas nenhum dos dois atentou para um detalhe. No começo da história, quando se punha no menor gesto o empenho em agradar, a água vinha no melhor copo que houvesse no armário. De cristal, se possível. Agora repare: o que você vem trazendo para matar a sede do ser amado é um reles copo de requeijão.

Não tenha dúvida, alguma coisa mudou — para pior. O que você tem nas mãos é mais do que um recipiente de vidro barato até há pouco habitado por um laticínio espesso. É o próprio símbolo da avacalhação que, sub-repticiamente, vai pondo a pique os mais sólidos Titanics conjugais.

Exagero? Então veja: quem se detém na prateleira dos requeijões cremosos, no supermercado, em geral não está querendo um copo. Quer uma coisa gostosa para passar no pão, de manhã. Quando a coisa gostosa acaba, alguém — não culpe só a empregada — lava a embalagem, remove o rótulo e põe no armário. Você não pediu aquela coisa vulgar, mas, por inércia e desleixo, lá está ela, convivendo com os belos copos da marca francesa Arcoroc. Aí o outro pede água — e você, em vez de levar no Arcoroc, leva no copo de requeijão. A vulgaridade encarnada nesse intruso se instalou entre vocês. E creia: a menos que se tome uma providência, não vai ficar aí. Como no alcoolismo, não se fica no primeiro copo.

Mas pode ser que você, no supermercado, tenha pensado também no continente, além do conteúdo. Problema seu. Só não venha dizer que alguns deles são até jeitosos. São todos horrendos — inclusive aqueles esguios, retilíneos, que talvez sejam os piores: copos de requeijão que não ousam dizer o seu nome, esses pretensiosos se fingem de Arcoroc. Devem ser tratados como os impostores que são.

Aqueles “culturais”, vamos dizer, com reproduções de obras de arte, então nem se fala. Já que ninguém vai acabar com eles, aqui vai uma sugestão: por que ao menos não buscar uma correspondência entre a estampa e o conteúdo, impondo alguma lógica a essa sofrível pinacoteca matinal? Para o requeijão light, as figuras longilíneas, no limite da anorexia, de Modigliani ou Giacometti; para o outro, transbordante de calorias, a banha sem complexo das personagens de Renoir ou Botero. Ou deveria ser o contrário?

Repare como é difícil livrar-se dessa praga. Você põe na área de serviço, para que a faxineira o carregue, e ele reaparece no armário. Embora feito de vidro vagabundo, não se quebra — ao contrário dos outros, mais bonitos e mais frágeis, cujo lugar vai aos poucos ocupando. Cada vez mais numerosos, fazem parte do refugo doméstico, daqueles trastes que por alguma razão não se botam fora, e que um dia se decide levar para o eterno provisório do sítio ou da casa da praia.

Como a barata, que vai sobreviver à espécie humana, é bem possível que o copo de requeijão dure mais que o casamento. Se isso acontecer, nenhum dos cônjuges vai reivindicá-lo na partilha das “sobras de tudo que chamam lar”, como na canção de Francis Hime e Chico Buarque. E se a separação não dá certo, ele não servirá sequer para um brinde comemorativo: pois entre dois copos de requeijão, como se sabe, não há tintim possível, no máximo um chocho tec-tec

Humberto Werneck

quarta-feira, 23 de março de 2011

O pai possível

E quando você, minha filha, descobrir que eu não uso capa vermelha, não sei voar, meu corpo não é de aço e, portanto, estou longe de ser infalível? Este dia chegará em breve. Num simples piscar de olhos ao melhor estilo Jeannie é um gênio, seremos outros. Talvez você não se decepcione. Talvez, no pacto que engendramos sem maior esforço, a descoberta lhe percorra o corpo em silêncio. Será assim: sem notar que a infância já lhe abandonou a agitação dos dias, você terá diante dos olhos outro homem. Serei eu, posso assegurar, teu pai, em cujo reflexo estará o bebê de rosto redondo e olhos azul imensidão. Mas aí, neste exato momento, terei de confessar: não, eu nunca fui o dublê do Clark Kent, apesar dos eternos óculos e da maneira desajeitada ao caminhar. E, quem sabe, a sombra na parede apenas descortine a esquálida figura de um cavaleiro solitário. Chegará a hora de descobrir que o nosso reino encantado tem pouquíssimos metros quadrados. E se não pagarmos água, luz e condomínio, podemos perdê-lo para outra família real. É preciso lhe contar algumas verdades.


Não, o nosso time nem sempre vence. Na verdade, quase sempre perde. Raramente, empata. Eu não inventei aquela história de que você tanto gosta. Não sou autor de nenhuma história muito original. Todas são apenas um mosaico, um recorte, um apanhado torto das leituras que me acompanham. Não, eu nunca li aquele livro com mais de mil páginas que fica na sala. Um dia, te explico por que ele ainda segue ali. Tampouco, sei de cor os versos de Pessoa. Acho que não sei nenhum verso de cor. Minha memória, você descobrirá, é péssima — um queijo catarinense de quinta categoria. Eu nunca marquei um gol inesquecível. Fiz, confesso, meia dúzia de gols bem sem-graça. Quando chego em casa às terças-feiras à noite, trago na ponta da língua a resposta: “Vencemos; fiz dois gols”. E você apenas sorri, conivente em excesso com as minhas ficções suburbanas.

Não dei voltas ao redor do mundo. Nunca vi um leão de perto. Não conheço elefantes. Não cruzei os mares atrás de baleias gigantes. Jamais escalei uma montanha de gelo e, tampouco, no topo coloquei uma bandeira minúscula. Todas as nossas aventuras estão aprisionadas naquela coleção de capa colorida em seu quarto. Não sei muito bem o que diz aquele livro sobre sereias escrito em inglês, que você sempre me pede para ler. Sou péssimo em inglês. Não sei nada a respeito das orações subordinadas substantivas. Vivo com dúvidas sobre crase. Sempre consulto o dicionário antes de escrever a palavra “incógnita”. Tenho medo de ficar cego. Mas não me importo com a surdez. Na infância, tinha medo de escuro e poeira embaixo da cama. Agora, só tenho medo de escuro. E de altura. E de cores primárias. E de escada-rolante. E de rinocerontes na esquina. E de prego enferrujado. E de médico de plantão. E de…

Também não sou muito bom para ganhar dinheiro, fazer muitos amigos e ser famoso. Nunca inventei nenhuma receita gastronômica. Todos os poucos pratos que elaboro saem de um livrinho de bolso que escondo na última gaveta da pia da cozinha. Quando dão certo, bendigo a minha imensa capacidade criativa. Quando desandam, amaldiçoo a péssima edição que me guia diante das panelas. Tudo em silêncio, distante do teu olhar atento.

É na distância que, às vezes, entristeço-me, envelheço, choro. E, em breve, quando você me encontrar, descobrirá um atrapalhado super-herói, cujo manual de uso perdeu-se na longa viagem intergaláctica até aqui.

Por Rogério Pereira

quarta-feira, 16 de março de 2011

Sábio...

É verdade que um beberrão obtém o esquecimento. Certamente se lhe oferecem breves instantes de fuga e sossego, mas sempre regressará do mundo da ilusão e tudo se lhe deparará como antes. Ele não se torna mais sisudo, não colhe conhecimentos, não sobe nenhum degrau.

Sidarta

quinta-feira, 10 de março de 2011

Que venha urano :)

Uranus takes 84 years to circle the Sun, staying seven years in each sign, so for most, this will be a completely new trend.
This time Uranus will remain at your side until 2019.

The universe does not always work on your timetable

sexta-feira, 4 de março de 2011

Fazendo pacto com o demônio

me rendendo a Mefistófeles...

"Paciência, paciência; as coisas irão melhor; pois que eu te confesso, meu querido amigo, que tu tens razão; e depois que sou obrigado todos os dias a tratar com os homens, e que vejo o que eles são e por que forma se conduzem, estou mais contente de mim. Sem dúvida, já que nós somos construídos de maneira que comparamos tudo a nós mesmos, e nós mesmos a tudo, segue-se que a felicidade e a miséria existem nos objetos a que nos ligamos, e então nada há mais perigoso do que a solidão. A nossa imaginação, propensa por natureza a elevar-se e nutrida com imagens fantásticas de poesia, cria para si própria uma ordem de seres, da qual nós somos os mais inferiores. Todas as coisas nos parecem maiores do que realmente são, e tudo nos parece superior a nós; e esta operação do entendimento é natural. Conhecemos que nos faltam muitas coisas! E o que nos falta parece que outrem possui! Então o adornamos com tudo que possuímos: assim fizemos um ente perfeito - mas um ente tal só existe nas nossas imaginações. Portanto, quando consideramos um ser feliz, associamos a idéia: é obra nossa, não é realidade.
Pelo contrário, quando, apesar da nossa fraqueza e contratempos, continuamos com assiduidade o nosso trabalho sem nos distrair, notamos muitas vezes que navegamos mais, bordejando, do que outros fazendo força de vela e de remos. E...quem tem um verdadeiro conhecimento de si, marcha igual aos outros ou avança ainda mais. "

Goethe (FAUSTO)

Despedida

Não são vocês. Juro. Vocês são o máximo. Eu é que... Não, não vou me culpar, não vou dizer que “sou um idiota” ou “não sei o que está acontecendo”. Eu sou legal, vocês também e está tudo certo: é que tem uma hora que as coisas acabam. Ou continuam, só por preguiça ou falta de coragem de darmos um fim a elas, até irem murchando, embolorando. E isso eu não quero, nem vocês, certo?
Eu comecei aqui em 2001. Era um moleque de 23 anos, que ainda estranhava ter saído da escola, ter que ganhar a vida e pendurar os próprios quadros na parede. Não tinha me acostumado com o fato de que -- como escrevi numa das primeiras crônicas -- “se fizesse alguma coisa muito errada, iria para a cadeia, não para a sala do diretor”. Eu era um espião do lado de lá do terceiro colegial, dando (e procurando) uma piscadela cúmplice: ei, esses adultos são muito estranhos, né?
Durante todo esse tempo, eu disse tudo o que sabia (e o que não sabia, também) sobre escola, pais, primeira vez, namoros, drogas, anorexia e o sentido da vida. Opinei, com a maior cara de pau, sobre Deus e o mundo. Acontece que agora já estou com os dois pés fincados em território inimigo: tenho uns fios de barba brancos e -- confesso, envergonhado -- um multi-processador, não faço a menor idéia de quem seja Amy Winehouse e preocupa-me muito mais saber como vou criar meus filhos do que a relação com meus pais, entendem?
Vocês não sabem o quanto aprendi com vocês. Sério, não é demagogia de despedida. Para escrever aqui, semana sim, semana não, por sete anos, fui obrigado a olhar para trás, para frente, para os lados e, principalmente, para dentro. Escrevendo o Estive Pensando eu me tornei cronista e, de certa forma, adulto.
Sabe o que? Acho que pra vocês também vai ser muito legal. Nunca mais vão ter que me ouvir reclamando da adolescência, falando que o amor é lindo e a vida, apesar de difícil, é bela. Vão conhecer pessoas novas, descobrir maneiras diferentes de usar as frases e as crases, construir parágrafos e discursos, terão outros pontos de vista e pontos finais. Vão viver coisas que não viveriam, se continuassem comigo.
Quando começamos, éramos todos muito novos. Nós crescemos juntos, aprendemos juntos e nos entregamos, inteiros, por bastante tempo. Agora é hora de irmos cada um pra um lado, com os corações abertos e tentarmos ser felizes – não para sempre, porque isso não existe, mas sempre que possível. Muito obrigado por tudo. Mesmo.

Antonio Prata ( texto do despedida da revista capricho)

quinta-feira, 3 de março de 2011

Nos encontramos de novo aos 33


Você chegou no olho do furacão, coincidência, destino??? Foi como um anjo que chegou para me acalmar e me confortar...

Obrigada, por me escutar, me entender, não me julgar, ficar sem beber junto comigo, beber lorinhas, nadar no mar, passear pelo Rio, fazer planos, papos interessantes, dançar como se não ouvesse o amanhã, até o tapa na pantera!!.. tudo isso me fez me sentir mais EU.

Nos encontramos de novo aos 33? No Leblon, com vista para o mar e revendo esses passados 5/6 anos....

Enquanto isso, continue sempre assim, essa mulher interessante, mutável e que alegra tudo quando está presente.... aproveita cada dia mais essa sua vida estrangeira que está cada vez mais com a sua cara, suas bolsas, seu amor, sua casinha a-là Oficina de Agosto... a todas a novas mudanças....

amu você...

terça-feira, 1 de março de 2011

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A vontade - impulso cego e irracional

Aquele que mais fundo enxerga na essência da vida, mergulha o olhar no sofrimento infinito

SCHOPENHAUER

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O que é a tristeza para você


Tristeza é a falta de alegria, mas tristeza de um certo sentido até que ela é boa.

Ela faz vc ver outras coisas que a alegria não deixa você ver.


Hélio Leites

Ah! Bruta flor do querer, Ah! Bruta flor, bruta flor

Cuesta Abajo

Si fui flojo, si fui ciego
solo quiero que hoy comprendan
el valor que representa
el coraje de querer
era, para mi la vida entera
como un sol de primavera
mi esperanza y mi pasión
sabía que en el mundo no cabía
toda la humilde alegría
de mi pobre corazón
ahora cuesta abajo en mi rodada
las ilusionos posadas
yo no las puedo arrancar
sueño con el pasado que añoro
el tiempo viejo que lloro
y que nunca volverá

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Deusa Sekhmet


A poderosa deusa da força e da guerra, encarregada de destruir os inimigos de Rá e do faraó; é considerada o olho do sol As pessoas nascidas sob sua proteção têm consciência da própria força, da grande vitalidade e potência física,são igualmente pessoas de grande magnetismo, com senso de organização e muita energia, aventureiros ou inovadores. É necessário ter cuidado com os excessos, com os impulsos descontrolados para não destruírem o que está a sua volta. Só encontram o equilíbrio com o casamento. A energia e a força devem ser usadas para construir o bem próprio e dos outros.

Horóscopo Xamânico


FALCÃO VERMELHO
De 21/03 a 20/04 - A Lua das Árvores em botão
O Falcão é um mensageiro dos insights. Adaptáveis e abertas, as pessoas Falcão gostam de liderar, e podem ser impulsivas de vez em quando. Querem estabelecer a individualidade ao mesmo tempo em que são aceitos pelo grupo. O Falcão é ativo, esforçado e impetuoso. Possui uma grande iniciativa, mas pode tomar decisões precipitadas, das quais logo se arrepende. Com muita vivacidade, o Falcão sabe ser extrovertido e audaz. Entusiasma-se com as novas experiências, mas tem dificuldade para perseverar nas tarefas. É pioneiro, aventureiro e afável. Sua missão na vida é guiar os outros. No amor, é rápido, fogoso, e muito apaixonado. Acende-se com facilidade e quer conseguir o que deseja a todo o custo.

Dá-se bem com Salmão e Coruja

Deve cultivar: Paciência, persistência, compaixão.
Deve evitar: Vaidade, orgulho e intolerância.
Planta: Dente-de-leão
Mineral: Opala
Cor: Verde amarelado
Direção: Nordeste
Medicina do Falcão: O poder da observação penetrante e da capacidade de agir com decisão e energia.

33 - A Chave

Você escolhe o que pode abrir ou fechar em sua vida. Ela sinaliza para tomarmos a devida cautela para não nos viciarmos no trabalho e esquecermos de viver e nos abrir para o Amor. Fique feliz você demonstrou ser de confiança e foi conquistada por puro merecimento. A responsabilidade é inteiramente sua. Divirta-se um pouco mais e não leve a vida tão a sério.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

It’s a long long long long way


Woke up this morning
Singing an old, old Beatles song
We’re not that strong, my lord
You know we ain’t that strong

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Disconnect to connect :)

Hoje


Fé renovada

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Fontes de Energia

1 - Respiração
2 - Paladar
3 - Familiar
4 - Amor/ Amigos
5 - Mente

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Processo..

Killing me softly ....

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Encontro

Poe juizo em mim
Teu olhar me tirou daqui
Ampliou meu ser
Quero um pouco mais
Não tudo
Pra gente não perder a graça no escuro
No fundo
Pode ser até pouquinho
Sendo só pra mim sim


Deixa estar que o que for pra ser vigora
Eu sou tão feliz
Vamos dividir

Os sonhos
Que podem transformar o rumo da história
Vem logo
Que o tempo voa como eu
Quando penso em você

Maria Gadú

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

...

"Quando estão mais abertos e relaxados, os sentidos percebem melhor tudo aquilo que se apresenta dentro ou fora do corpo; a mente se torna menos reativa e mais silenciosamente atenta." Tarthang Tulku

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

voltar...

"Just put one foot in front of the other. Just get through the day."

feeling...

We're adults. When did that happen? And how do we make it stop?

Futuros Amantes

Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios
No ar

E quem sabe, então
O Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão
Explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos

Sábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas
Mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização

Não se afobe, não
Que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

....

L'alcool tue lentement. On s'en fout. On n'est pas pressés.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Os meio intelectuais, meio de esquerda

Eu sou meio intelectual, meio de esquerda, por isso freqüento bares meio ruins. Não sei se você sabe, mas nós, meio intelectuais, meio de esquerda, nos julgamos a vanguarda do proletariado, há mais de cento e cinqüenta anos. (Deve ter alguma coisa de errado com uma vanguarda de mais de cento e cinqüenta anos, mas tudo bem).
No bar ruim que ando freqüentando ultimamente o proletariado atende por Betão – é o garçom, que cumprimento com um tapinha nas costas, acreditando resolver aí quinhentos anos de história.
Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos ficar “amigos” do garçom, com quem falamos sobre futebol enquanto nossos amigos não chegam para falarmos de literatura.
– Ô Betão, traz mais uma pra a gente – eu digo, com os cotovelos apoiados na mesa bamba de lata, e me sinto parte dessa coisa linda que é o Brasil.
Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos fazer parte dessa coisa linda que é o Brasil, por isso vamos a bares ruins, que têm mais a cara do Brasil que os bares bons, onde se serve petit gâteau e não tem frango à passarinho ou carne-de-sol com macaxeira, que são os pratos tradicionais da nossa cozinha. Se bem que nós, meio intelectuais, meio de esquerda, quando convidamos uma moça para sair pela primeira vez, atacamos mais de petit gâteau do que de frango à passarinho, porque a gente gosta do Brasil e tal, mas na hora do vamos ver uma europazinha bem que ajuda.
Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, gostamos do Brasil, mas muito bem diagramado. Não é qualquer Brasil. Assim como não é qualquer bar ruim. Tem que ser um bar ruim autêntico, um boteco, com mesa de lata, copo americano e, se tiver porção de carne-de-sol, uma lágrima imediatamente desponta em nossos olhos, meio de canto, meio escondida. Quando um de nós, meio intelectual, meio de esquerda, descobre um novo bar ruim que nenhum outro meio intelectuais, meio de esquerda, freqüenta, não nos contemos: ligamos pra turma inteira de meio intelectuais, meio de esquerda e decretamos que aquele lá é o nosso novo bar ruim.
O problema é que aos poucos o bar ruim vai se tornando cult, vai sendo freqüentado por vários meio intelectuais, meio de esquerda e universitárias mais ou menos gostosas. Até que uma hora sai na Vejinha como ponto freqüentado por artistas, cineastas e universitários e, um belo dia, a gente chega no bar ruim e tá cheio de gente que não é nem meio intelectual nem meio de esquerda e foi lá para ver se tem mesmo artistas, cineastas e, principalmente, universitárias mais ou menos gostosas. Aí a gente diz: eu gostava disso aqui antes, quando só vinha a minha turma de meio intelectuais, meio de esquerda, as universitárias mais ou menos gostosas e uns velhos bêbados que jogavam dominó. Porque nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos dizer que freqüentávamos o bar antes de ele ficar famoso, íamos a tal praia antes de ela encher de gente, ouvíamos a banda antes de tocar na MTV. Nós gostamos dos pobres que estavam na praia antes, uns pobres que sabem subir em coqueiro e usam sandália de couro, isso a gente acha lindo, mas a gente detesta os pobres que chegam depois, de Chevette e chinelo Rider. Esse pobre não, a gente gosta do pobre autêntico, do Brasil autêntico. E a gente abomina a Vejinha, abomina mesmo, acima de tudo.
Os donos dos bares ruins que a gente freqüenta se dividem em dois tipos: os que entendem a gente e os que não entendem. Os que entendem percebem qual é a nossa, mantêm o bar autenticamente ruim, chamam uns primos do cunhado para tocar samba de roda toda sexta-feira, introduzem bolinho de bacalhau no cardápio e aumentam cinqüenta por cento o preço de tudo. (Eles sacam que nós, meio intelectuais, meio de esquerda, somos meio bem de vida e nos dispomos a pagar caro por aquilo que tem cara de barato). Os donos que não entendem qual é a nossa, diante da invasão, trocam as mesas de lata por umas de fórmica imitando mármore, azulejam a parede e põem um som estéreo tocando reggae. Aí eles se dão mal, porque a gente odeia isso, a gente gosta, como já disse algumas vezes, é daquela coisa autêntica, tão Brasil, tão raiz.
Não pense que é fácil ser meio intelectual, meio de esquerda em nosso país. A cada dia está mais difícil encontrar bares ruins do jeito que a gente gosta, os pobres estão todos de chinelos Rider e a Vejinha sempre alerta, pronta para encher nossos bares ruins de gente jovem e bonita e a difundir o petit gâteau pelos quatro cantos do globo. Para desespero dos meio intelectuais, meio de esquerda que, como eu, por questões ideológicas, preferem frango à passarinho e carne-de-sol com macaxeira (que é a mesma coisa que mandioca, mas é como se diz lá no Nordeste, e nós, meio intelectuais, meio de esquerda, achamos que o Nordeste é muito mais autêntico que o Sudeste e preferimos esse termo, macaxeira, que é bem mais assim Câmara Cascudo, saca?).
– Ô Betão, vê uma cachaça aqui pra mim. De Salinas quais que tem?

Antonio Prata

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Dias após Dias

Que faço?? telefono para mim mesma? Vai dar um triste sinal de ocupado, eu sei, uma vez já liguei distrída para o meu próprio numero. Como acordo quem está dormindo? como chamo quem eu quero chamar? o que fazer?? Nada: porque é domingo e até deus descansou. Mas eu trabalhei sozinha o dia inteiro...

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Por não estarem distraídos

Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles.
Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque – a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras – e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração.
Como eles admiravam estarem juntos! Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto.
No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram.
Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios.
Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.

Clarice Lispector